GUITARRA CLÁSSICA
A GUITARRA CLÁSSICA é um instrumento da família das cordas dedilhadas. Os seus antepassados são a vihuela da mano, instrumento ibérico, e o alaúde. Estes instrumentos não tinham ainda a afinação da guitarra atual e alguns tinham apenas 5 cordas ou cordas duplas. É apenas no século XVIII que surge a guitarra romântica, o primeiro instrumento que mais se aproxima da guitarra clássica atual, que foi usada por compositores como Fernando Sor, Mauro Giuliani, Matteo Carcassi e até Niccolò Paganini. Esta guitarra já tinha a afinação da guitarra moderna, muito embora tivesse uma caixa mais pequena, usasse cordas de tripa e tivesse cravelhas de madeira que se assemelhavam às dos instrumentos de cordas friccionadas.
A guitarra moderna surge no final do século XIX construída por António Torres e foi tocada por Miguel Llobet e Francisco Tarrega. Apesar das suas últimas guitarras já terem as dimensões atuais da caixa de ressonância, bem como mecanismos metálicos de afinação (conhecidos como carrilhões), ainda usavam cordas de tripa. Atualmente a guitarra clássica usa cordas de nylon ou carbono, tendo-se tornado, já no século XX, um instrumento aceite como instrumento de música clássica passível de ser ouvido em grandes salas e auditórios de música clássica.
O guitarrista que iniciou esta divulgação da guitarra foi Andrés Segóvia, o qual foi seguido por guitarristas como Julian Bream, John Williams e outros grandes nomes deste instrumento. O grande papel destes guitarristas na história da guitarra prende-se com a angariação de obras para guitarra por alguns dos mais conceituados compositores do século XX como Benjamin Britten, Malcolm Arnold, Darius Milhaud, Hans Werner Henze, entre muitos outros. Alguns compositores tornaram-se pilares do repertório guitarrístico, tendo dedicado grande parte da sua obra a este instrumento, escrevendo concertos para guitarra e orquestra, para guitarra solo, bem como música de câmara para grupos de guitarras ou para guitarra e outros instrumentos. Alguns exemplos destes são Joaquin Rodrigo, Castelnuovo-Tedesco, Manuel Maria Ponce e Alexandre Tansman.
Para ouvir:
excerto de I. ALBÉNIZ (1860-1909), “Astúrias”
H. VILLA-LOBOS (1887-1959), Prelúdio N.º 3
A. PIAZZOLLA (1921-1992), “Tango Suite” para 2 guitarras, 1º andamento: Tango N.º 1